A notícia que pegou muitos (brasileiros claro) de surpresa, pois se rondava os rumores que teria até uma possível série B. E o que levou a EA Games tirar o Brasileirão do FIFA?
"Não temos direitos legais suficientes para incluir os atletas".
Esta é a justificativa de Jonathan Harris, diretor da Electronic Arts no Brasil, para a ausência times e jogadores do Campeonato Brasileiro em "FIFA 15".
Diferente de países como Espanha ou Inglaterra, no Brasil não há uma liga ou associação responsável pela negociação dos direitos de imagem dos atletas. Tanto Electronic Arts quanto a Konami, de "Pro Evolution Soccer", acertam time a time a inclusão dos mesmos nos games.
O executivo não quis entrar em detalhes, mas deu a entender que seguir com tal modus operando poderia representar riscos legais para a EA: "Até termos garantias legais totais, decidimos que o melhor caminho é tirar o conteúdo e correr atrás dos direitos que não estão cobertos" - disse Jonanthan.
E A solução? "Não cabe a nós dizer", despista o executivo, que lembra ainda que a EA ainda possui contratos vigentes com clubes brasileiros, exemplo do Palmeiras que mesmo quando foi rebaixado para Série B esteve na franquia do game 2014. Ou seja, a decisão de não tê-los no jogo parece algo preventivo, para evitar eventuais problemas com atletas no futuro.
Por fim, o executivo espera que a "novidade" não afete as vendas de "FIFA 15" (muito difícil) - chegando, inclusive, a dizer que "a maioria das pessoas, no final das contas, joga com times europeus". A reação nas rede sociais, entretanto, contam uma historia diferente, com muitos jogadores frustrados por não poderem mais utilizar equipes e atletas do Brasileirão.
Pelo Twitter, inclusive, o produtor brasileiro Gilliard Lopes, da equipe de desenvolvimento da série "FIFA" comentou a questão:
Segundo a advogada Gislaine Nunes (especialista em gerenciar a carreira de atletas), os atletas precisam autorizar expressamente a utilização de imagem: "O uso da imagem (nome, voz, apelido) é personalíssimo. A partir do momento em que o jogo é vendido sem autorização dos atletas, é uso indevido de imagem".
Os atletas poderiam, inclusive, pleitear retroativamente um porcentagem sobre a venda de games que já foram comercializados. "Ela [a EA Sports] teria que pagar inidividualmente cada jogador. O clube não é responsável por isso, cabendo ao mesmo apenas responder por escudo e uniforme".
Pensa que a bronca terminou? Que nada o buraco é mais em baixo.
Olivier Pascqual da Star Games da Bélgica foi duro com Sebastián Enrique (produtor executivo da EA) sobre a forma amadora e desinteressada em como a empresa trata as demais ligas do game, para Olivier a EA eleva os jogadores e a liga britânica (do qual tem 4 divisões na franquia) a um patamar acima dos outros para agradar o mercador-mor dela. Ele ainda lembrou do Messi (garoto propaganda do game) é bem menos elaborados do que uns 20 jogadores da liga britânica.
Depois das críticas, Enrique saiu com a desculpa de que não é ele quem define a habilidade dos jogadores e nem é responsável por direcionar o game para agradar por tal determinado país (no caso Inglaterra).
Há duas semanas na cidade de Tenerife ocorreu a Lan Party e o produtor disse que ligas do Brasil, Portugual, Coréia do Sul, México, Argentina e França estavam sob intensa pressão do seu maior rival (Konami), mas o caso brasileiro era o mais emblemático. Segundo Enrique a EA recebeu um comunicado da CBF de que haviam estabelecido um contrato de exclusividade com a empresa japonesa, do qual a mesma teria nos próximos três anos a exclusividade sobre clubes e estádios brasileiros. (Mas peraí Enrique, como que a CBF disse comunicou isso se vocês próprios da EA falavam que os produtores negociavam diretamente com os clubes? Estranho ou não foi isso que o produtor disse).
Com um tiro só a Konami "adquiriu" as série A e B do Brasil dentre outras licenças que impedem a EA de usar qualquer simbolo relacionado ao futebol brasileiro. O mesmo vai ocorrer com as ligas de Portugal, França, Bélgica, Coréia do Sul e México que terão no Fifa 15 seu último ano com a empresa americana. (Que tiro dos japas).
O PESBR entrou em contato com alguns clubes na tarde de ontem para confirmar a recisão com a EA e um clube gaúcho mostrou surpresa com o desfecho, já que até maio estava tudo ok com a empresa americana. Este mesmo clube acusou o Bom Senso FC e a situação vivida pela Seleção na Copa como fatores de pressão para que haja uma remodelação na imagem do futebol brasileiro seja dos campos reais ao marketing, transmissões para outros países e até mesmo em videos games.
Sebastián Enrique alega que o novo contrato com a Konami é prejudicial ao próprio Brasil, e que no fim eles entendem que a Konami não é capaz de cumprir o que prometeu para ganhar essa exclusividade nem a de outros países e ligas com quem ela tem negociações avançadas.
Nas palavras de Enrique, a Konami e seu representante usaram a tática do terror, de desmerecer o trabalho da EA para com o futebol brasileiro. Mas a preocupação centro-se mais na perda da Ligra Francesa e Mexicana para o ano que vem.
"México e França não são mercados do porte como Inglaterra e Alemanha para a EA, mas para quem já perdeu o Brasil e deve perder a Argentina e mais quatro ou cinco ligas para o FIFA 16, o sinal vermelho da EA está mais do que acionado" - disse o produtor.
Para EA, a Konami jogou sujo só que não fez e nem fará grandes esforços para impedir a Konami de abocanhar várias ligas que hoje são exclusivas do Fifa.
Então tudo o que Olivier Pascqual disse ele estava certo, o futuro do Fifa é centrado na Inglaterra, Alemanha, Itália e Espanha algumas ligas de porte baixo como uma Major Soccer League.
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