sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Crise sem fim no Grêmio Barueri

Hospitalizado há cerca de três semanas com problemas de apêndice e gastrite nervosa, o presidente do Grêmio Barueri, Alberto Ferrari, em entrevista exclusiva ao Portal Futebol Interior, garantiu que na próxima semana vai fechar as portas do clube “simplesmente porque o dinheiro acabou”. Mesmo acamado, o dirigente garante estar vivendo dias difíceis e promete achar uma solução para o problema.

"Assim que eu sair daqui, na terça ou quarta-feira, vou correr atrás de dinheiro para pode quitar nossos compromissos. Por isso, peço muita compreensão dos jogadores, apesar de entender das dificuldades que eles estão passando", afirmou Alberto Ferrari. 

Acontece que os jogadores não recebem salários há dois meses e direitos de imagens há quatro meses. Para o dirigente, a crise no clube se deve à saída de seus antigos parceiros, entre eles o ex-jogador Edmilson, pentacampeão mundial em 2002, e a empresária Kátia Nakagima, da NK Sports.
“Fiquei numa situação complicada, porque tinha fechado uma parceria com o Edmilson, que inclusive montou todo o time que disputou a Série A2 do Paulista. Mas no meio do caminho ele me deixou sozinho com uma alta folha de pagamento. Foi uma decisão pessoal dele, mas a respeito, porque inclusive somos amigos", assegura Ferrari.
Ele também acusa a empresária Kátia Nakagima e seu marido, da empresa de marketing NK Sports, de ter prometido empresas e investimentos do Japão “que nunca vieram para os cofres do clube”. Segundo o dirigente "acho até que ela tentou buscar recursos, mas o problema no clube é bastante complexo", completou.
E mostrou estar totalmente por fora da realidade do clube, com os jogadores ameaçando não entrar em campo sem receber parte do débito. Na quarta-feira, o elenco se reuniu com representantes do Sindicato dos Atletas, acompanhados pelos advogados Thiago Rino e Filipe Rino.
“Na hora que eu mais precisei de ajuda, que fiquei doente, por causa de tanto nervosismo que enfrentei, acabei ficando sozinho, isolado, sem ajuda e abandonado”, se lamenta o dirigente.
Mesmo no hospital, Alberto Ferrari, sócio-proprietário da rede da Academia K2, diz que não vê solução imediata para quitar os débitos com os jogadores e garante que vai abandonar de vez o futebol, depois de fazer investidas erradas pelo futebol paulista.
“Vou sair do futebol. Tenho que zelar pelo meu nome e minha família não aguenta mais toda esta pressão nas minhas costas. Aliás, meus familiares sempre foram contra a minha atuação no futebol”, afirmou Ferrari.
O empresário e dirigente diz que vai deixar o hospital na próxima terça-feira e que seu primeiro ato no clube acontecerá na quarta-feira, quando “vou passar as chaves nos portões”.

Com isso, o Grêmio Barueri não entrará em campo nesta sexta-feira, às 19h, diante do Operário-MT, pela Série D do Brasileirão, na Arena Barueri. 

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