quinta-feira, 10 de julho de 2014
Vitória do Futebol!!
Dói muito ver o Brasil perder uma Copa. Dói mais quando se perde por um placar humilhante. Dói mais ainda quando se perde em casa em uma Copa, que apesar desse resultado está sendo maravilhosa. Uma Copa mágica, em que vemos a vitória do esporte, da arte, do futebol. Confesso que quando terminou o primeiro tempo fiquei com muita vontade de chorar. Não chorei. Ao contrário de Thiago Silva e David Luiz, tive vergonha de chorar.
Não venham me dizer que o time se vendeu, que a Copa foi comprada pelos alemães, ou que a culpa é da nossa presidenta, ou qualquer outra teoria conspiratória que se fala simplesmente porque não se sabe explicar a derrota ou simplesmente não se aceita. Perdemos porque fomos futebolisticamente inferiores a Alemanha. Aliás, no futebol, estamos em um nível abaixo de alguns países da Europa há muitos anos. Se evoluímos fora de campo, se essa Copa vem nos tirando o eterno complexo de vira-latas, se mostramos que somos sim capazes de organizar uma bela Copa, dentro de campo as nossas deficiências vinham se apresentando a cada jogo. Retrato de um futebol que é jogado em estádios cada vez mais vazios. Retrato de um futebol onde a técnica é cada vez mais deixada de lado, para dar lugar a equipes que jogam na ideia de ficar parando o jogo com faltas, cavando penalidades, fazendo cera, fingindo contusões para se ganhar tempo, esse é o retrato do nosso futebol. Quem acompanha o campeonato brasileiro sabe muito bem o que estou falando. Muito diferente do futebol praticado pelo Bayern de Munique, principal time alemão onde jogam muitos jogadores da seleção que nos derrotou hoje.
No Brasil, um garoto de 17 anos que começa a ganhar dinheiro com o futebol já tem que sustentar a família. Isso traz para esse garoto um despreparo emocional, que talvez tenha se refletido em campo. Jogadores que carregam nos ombros uma pressão gigantesca de pessoas que esquecem que o futebol é um esporte. Se um time ganha ou perde, ninguém deveria matar ou morrer por isso. Mas no Brasil, o futebol é quase uma religião. E o fanatismo as vezes causam transtornos que atrapalham e muito o futebol que é jogado dentro das quatro linhas.
Nossos dirigentes precisam rever o que estão fazendo com o nosso futebol. Aliás, precisamos de novos dirigentes, porque estes aí nunca vão mudar. Vivem de extorquir os torcedores, os jogadores, os patrocinadores e não respeitam sequer seus ídolos. Melhor, nossos ídolos, porque esses dirigentes só idolatram o dinheiro. Hoje, quando Cafu, ao final do jogo foi consolar os jogadores brasileiros, Marin mandou o expulsar. Disse que ninguém alheio a seleção poderia ficar lá. Marin, Cafú não é alheio a Seleção, ele é o capitão do Penta. Alheio a seleção é você que nunca fez nada pelo nosso futebol e a única lembrança que se tenho sua é de roubar uma medalha em uma final de um campeonato da categoria de base. Categoria essa tão esquecida por você e tantos outros cartolas.
Enquanto a Alemanha se preparou de 6 a 8 anos para chegar com essa força nessa Copa, a Seleção está em formação a apenas um ano. Muito pouco para quem queria o título. Muito pouco para quem tinha, na cabeça de muitos, a obrigação de ser campeão. Para mim fomos longe demais. Passamos por times que considero até superiores. Chile e Colômbia jogaram mais bola. A camisa do Brasil pesou, a torcida ajudou e o Brasil chegou nas semi. Contra a Alemanha o peso da camisa se equivale. A Alemanha já chegou até em mais finais que o Brasil, apesar de ter vencido menos. Era preciso um herói para vencermos o jogo. O Brasil vive em busca de heróis. Não tínhamos mais o Neymar. Para ser campeão com o futebol apresentado, só mesmo com um grande herói, como foi em 94 com o Romário, ou em 2002 com Ronaldo. Não tínhamos um super time, mas tínhamos um craque para desequilibrar. Hoje o nosso craque não estava em campo, mas sinceramente duvido que ele fizesse a diferença, tamanho o desequilíbrio entre as duas equipes. Foi melhor assim. Poupamos o nosso craque para a próxima Copa. Que em 2018 tenhamos melhor sorte. Que mudemos a forma que pensamos e jogamos o futebol. Que essas Arenas sirvam para dar mais conforto aos nossos torcedores. Meu amor pelo Brasil e pela Seleção não diminui com essa derrota. Na verdade aumenta, pois EU SOU BRASILEIRO, COM MUITO ORGULHO E MUITO AMOR.
Curta a Copa em PAZ. Apoie a seleção ao lado de seus familiares!
Texto escrito por Carlos Henrique Sousa (Nosso Colunista do Ceará) @CHRSousa
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