sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SÃO ÓCIOS DO OFÍCIO


O Leão Azul de Antônio Baena, em meio tantos problemas internos, parece não acertar a mão quando se trata de subir de divisão, mesmo com bons jogadores passando nas redondezas azulinas. Então, qual seria a explicação mais coerente para os sucessivos fracassos? 


Eduardo Ramos e Athos, dois jogadores que
não renderam o esperado no Clube do Remo em 2014.

Em 2014, a expectativa era a melhor possível, com base no projeto de marketing fantástico da "Camisa 33" vestida pelo "badalado" Eduardo Ramos, que precisou de apenas alguns gols para convencer a maioria dos torcedores, que estavam com um pé atrás, já que o meia-atacante havia jogado a temporada de 2013 pelo maior rival. Sofreu tanta pressão que acabou abandonando o número proposto. Além disso, os investimentos prometidos e cumpridos eram de uma soberba impressionante. 

O objetivo era simples, vencer o estadual e disputar a Série D para sair da última divisão do Brasil. As duas primeiras etapas foram concluídas com sucesso, porém o acesso ficou inviável com a eliminação ainda na segunda fase, diante do Brasiliense-DF. Sendo assim, a segunda derrota no duelo entre Candangos e Paraenses, lembrando da final da Copa Verde, em Abril, onde o Brasília venceu nas penalidades o Paysandu. Analisando-se friamente, o elenco do Clube do Remo não era inferior a nenhum outro elenco da competição nacional, era o grande clube da divisão. Acabou tropeçando mais uma vez. Foi prejudicado pela falta de receita, pois mandou quase todos os jogos fora de Belém, devido uma grave punição, e a saída de alguns medalhões, após o Parazão.

Como jogadores de nível de Eduardo Ramos, que brilhou no Parazão 2013, e Athos, que literalmente voava na Chapecoense, ou qualquer outro jogador que vinha de uma outra divisão superior, não conseguiram render o mesmo futebol que rendiam em seus times anteriores? A resposta pode ser simples: jogador bom não joga sozinho, precisa de outros jogadores de mesmo nível para compartilhar jogadas sensacionais.

O problema também não estaria no comando técnico? Roberto Fernandes é um técnico de respeito, estrategista, rodado no nordeste, mas parecia usar a retranca em quase todos os jogos, desde que assumiu, entretanto também não era esse o principal problema do Clube do Remo. Fernandes era um técnico inteligente e poderia ter conseguido o acesso. A solução estaria em jogadores de base e da casa? Rony e Leandro Cearense foram as principais armas na Série D, apesar de não alcançarem o objetivo. Pensando em 2015, a permanência de Eduardo Ramos deve ser umas das prioridades da diretoria, após o retorno de empréstimo ao Joinville-SC. Além da valorização da garotada da base e algumas peças regionais, minimizando os custos no primeiro semestre. Porém, creio que o torcedor azulino esteja cansado de algumas figuras repetidas rondando no Baenão. Mas torcedor que é torcedor não desiste, e sempre vai acreditar no potencial da sua paixão, apesar de tudo.




Roberto Fernandes garantiu o título estadual de 2014
para o Clube do Remo, após 6 anos de jejum de títulos.


De fato, enquanto o Leão não se organizar fora das quatros linhas, deixando de lado as diferenças, não existirá conexão entre dirigentes e cartolas, e assim os fracassos custarão a deixar o clube. E isso não se restringe somente ao lado azul-marinho da Almirante Barroso, o lado azul-celeste também segue na mesma linha, porém minimizou-se os problemas desde que Vandick assumiu a presidência. 

É por essas e outras que o futebol paraense parece não avançar no tempo e se manter na década de 90. Ah, são ócios do ofício!



Clube do Remo foi eliminado ainda na segunda fase
da Série D para o Brasiliense-DF.

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