sexta-feira, 28 de novembro de 2014

MAZOLA JÚNIOR, O CARA DO PAYSANDU EM 2014

Se tem um nome para definir a temporada 2014 do Paysandu Sport Club, certamente é Mazola Júnior, que chegou no final de 2013. Com o clube rebaixado para a Série C, o treinador aceitou o desafio de disputar a terceirona novamente, onde acabara de livrar o Cuiabá-MT do rebaixamento para a quarta divisão. 

Mazola Júnior assumiu o Paysandu com a missão de devolvê-lo à Série B.


O Paysandu começou o ano apostando nas divisões de base à pedido do paulista, que não escondia a felicidade de estar comandando uma instituição que ele próprio tinha um carinho especial, desde a época da Copa dos Campeões, onde era auxiliar técnico do Cruzeiro e viu de perto a torcida bicolor. No ano de seu centenário, o Papão da Curuzú disputou quatro competições (Campeonato Paraense, Copa Verde, Copa do Brasil e Série C), onde o foco principal era a terceira divisão e o acesso.

Na “obrigação” de conquistar o estadual para apagar o rebaixamento no campeonato brasileiro, o Paysandu contou com jogadores de base e algumas contratações badaladas, como o meio-campo Héverton, pivô de uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro que prejudicou a Portuguesa-SP e beneficiou o Fluminense-RJ, e o atacante Lima, querido no Joinville-SC e com características de goleador. O clube ficou com o vice-campeonato, e que campeonato, foram várias polêmicas envolvendo os dois grandes do Pará e grandes decisões entre a dupla Re-Pa. Em uma delas, o técnico Mazola disparou, alegando a existência de um sistema que favorecia o Remo. Segundo ele, estaria tudo armado para os azulinos serem campeões e conquistarem a vaga para a Série D.


Confusão após o terceiro gol do Paysandu, que resultou no título bicolor
do segundo turno do Parazão.


Críticas surgiram pela forma retrancada do time jogar, apesar de ter um dos melhores ataques do Brasil, naquele período. Mazola foi posto em cheque quando a Copa Verde acabou sendo frustrante para o torcedor bicolor. Era o segundo vice-campeonato da temporada, dessa vez para o modesto Brasília que superou o Papão nas penalidades, levou o título e assegurou uma vaga para sul-americana de 2015. Após o Parazão, Mazola se desligou do clube, alegando problemas pessoais.

Iniciava-se o período Vica no Paysandu, um período bastante adverso. Em números, foram seis jogos, sendo quatro derrotas e dois empates, prejudicando o Papão na briga pelas primeiras posições do grupo A da Série C e custando uma eliminação na Copa do Brasil para o Coritiba-PR. Sem Lima, transferido para o Ceará, em Julho, e seus principais jogadores com o desempenho abaixado do esperado, a expectativa não era das melhores e o rebaixamento era visto como realidade e preocupação. Eis que Mazola Júnior retornara ao cargo de treinador, livra o Paysandu do descenso, leva-o ao vice-campeonato da Série C e consequentemente ao acesso para a tão sonhada Série B.



Lima, o principal jogador no primeiro semestre bicolor.

O segredo do sucesso pode estar no envolvimento do comandante com o clube, o poder motivacional que teve com cada jogador que trabalhou na temporada inteira. Em poucas palavras, os jogadores jogaram por Mazola. Depois da classificação emocionante para as quartas-de-final, o Papão tinha a missão de superar o Tupi-MG, primeiro colocado no grupo B e invicto jogando dentro de casa, para conseguir o acesso. Na primeira partida, em Belém, a vitória de 2-1 deixou uma parte dos torcedores com o pé atrás, porém confiantes com o retrospecto do Paysandu após o retorno de um velho conhecido. Em Juíz de Fora, Ruan garantiu o acesso bicolor em um golaço, encobrindo o goleiro mineiro. A festa estava armada, a cidade de Belém parou, era o retorno do Papão à Série B, após estar desacreditado.




Ruan(sem camisa) garantiu o acesso do Paysandu.



Os méritos foram de todos. Entre os destaques, o zagueiro Charles, os volantes Augusto Recife e Capanema, o lateral-direito Yago Pikachu e os atacantes Bruno Veiga e Ruan, que mudaram completamente a transição entre defesa e ataque no esquema tático bicolor.
Foi na raça, assim como nas conquistas do Papão da Amazônia. O título não veio, mesmo com o passeio em cima do Mogi Mirim-SP, na semifinal, e o amplo favoritismo na grande final. O Macaé-RJ acabou sendo consagrado campeão, após o empate em 3-3, diante de um Mangueirão lotado, fazendo valer o critério de gol fora, já que na primeira partida, no Rio de Janeiro, o time paraense arrancou um empate em 1-1.



Mosaico feito pela torcida do Paysandu na final da Série C.


 Nada que tira-se os méritos do Paysandu na temporada, o principal objetivo foi alcançado e o planejamento para a temporada 2015 já começou, com a manutenção de Mazola e a permanência de alguns jogadores sendo negociadas. É preciso rever os erros do passado para não serem cometidos novamente e proporcionar um novo rebaixamento. Será que o torcedor bicolor aceitará uma possível nova temporada de vice-campeonatos? Em relação à Série B a resposta é unânime. 

Elenco que garantiu o acesso bicolor para a Série B em 2015.




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