quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Alunos cearenses homenageiam professor vestindo 50 camisas do Santa Cruz em sala de aula

O pernambucano Damião Soares Tenório foi homenageado na última aula do semestre na turma de Direito Processual Civil, da Unichristus, em Fortaleza


Damião quase teve um treco quando entrou em sala. Era a última aula do semestre na turma de Direito Processual Civil, dia de prova. Para sua surpresa,50 alunos vestiam camisas do Santa Cruz, seu time de coração. Uma homenagem pra lá de alternativa, principalmente porque ocorreu a 800 km do Recife. Em Fortaleza, onde mora o advogado.
Essa é a história fantástica que Damião Soares Tenório carregará para o resto da vida. A surpresa aconteceu na manhã da última segunda-feira (8), na faculdade Unichristus, e ainda anestesia o torcedor do Santinha. “Meus olhos chegaram a marejar, mas fui cabra macho e engoli o choro. Quando saí de sala, eu não segurei”, admite o professor, de 33 anos.
Torcedor coral desde os seis anos, Damião vive em Fortaleza há cinco. A mudança veio quando passou em concurso para procurador do estado do Ceará. Apesar na distância da terra natal, nunca se desapegou de sua paixão. “Costumo dizer a meus alunos que, antes de saberem o conteúdo da disciplina, eles precisam conhecer a história do Santa Cruz”, brinca.
Não foi a primeira vez que Damião recebeu homenagem diferente. Certa vez, um aluno ex-presidiário lhe deu uma barca temática do Santa Cruz. Foi preciso de um carro maior para carregar o presente. “Manifestações de carinho como essas são raras, pois a gente vive momento muito individualista”.
Desta vez, uma aluna providenciou as 50 camisas corais todas iguais, com o número 10 e o nome Damião nas costas. Rapidamente, as fotos publicadas em redes sociais alcançaram o Recife. E até o presidente do Santa Cruz escreveu, embasbacado.
Para o professor homenageado, nem mesmo acessos recentes (e sofridos) de seu time nas Séries D, C ou B foram tão emocionantes quanto a festa organizada por seus alunos, torcedores de Ceará, Fortaleza, Ferroviário e outros clubes do país.
“Depois daquilo, não consegui trabalhar direito no resto do dia. Até já avisei aos professores: ‘Minha imparcialidade está quebrada. Não tem a mínima chance desses alunos serem reprovados’”, admite o torcedor. É, eles não mereceriam mesmo.



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