O Grêmio pode ter levado o seu primeiro gol na Libertadores, mas não saiu com derrota na noite desta quarta-feira, no Estádio Marcelo Bielsa. Foi capaz de reagir após sair atrás no placar aos 33 minutos do segundo tempo, em chute de Maxi Rodriguez, e fazer o 1 a 1 aos 47, em cabeceio certeiro de Rhodolfo. Que calou o caldeirão do Newell's Old Boys e manteve a liderança do Grupo 6, que começava a cair no colo dos "leprosos".
Assim, após quatro rodadas, o Grêmio vai a oito pontos e deixa o Newell's em terceiro com cinco. O Nacional-COL, o próximo rival, tem sete. O lanterna é o Nacional-URU, com um. O time de Enderson Moreira poderá garantir a vaga por antecipação até com um empate na partida do dia 2 de abril, em Medellín, desde que os uruguaios derrotem em casa os argentinos na próxima quarta-feira.
O próximo jogo dos tricolores será pelo Campeonato Gaúcho: recebem o Juventude às 16h de domingo, em jogo único pelas quartas de final. O Newell's Old Boys visita o Argentinos Juniors no sábado, pela nona rodada do campeonato local, em que está a três pontos dos líderes Colón e Estudiantes.
Grêmio com Dudu e sem medo
Existem confrontos com cara, cor e forma de Libertadores. Pois Newell's e Grêmio se apresentaria como um desses duelos, pela disposição das equipes. Ao estilo ousado já deflagrado por Enderson Moreira desde janeiro, a equipe gaúcha não se acanhou. Luan esteve próximo a Barcos, como no segundo tempo de pressão no 0 a 0 da Arena, na semana passada. Pela esquerda, Dudu, substituto do lesionado Zé Roberto, era o responsável por puxar os contra-ataques na base das arrancadas. Só que o caldeirão fervia. Como uma orquestra sincronizada, servia como combustível para a atuação argentina.
Em uma arrancada na diagonal, Figueroa pôs os ingredientes iniciais na partida, com uma batida da entrada da área. Concentrado, Marcelo Grohe fez uma daquelas defesas dignas de propaganda para goleiros ao espalmar para fora. O Newell's tocava a bola, apresentava a escola da posse de bola, "tiki-taka" introduzido pelo então técnico Gerardo Martino (hoje no Barcelona), antecessor de Alfredo Berti.
Luan deu a resposta com um chute rasteiro perigoso da intermediária, aos 19. Depois, foi a vez de Pará: cobrou boa falta, mas viu Guzmán executar defesa segura. Dudu já havia desperdiçado oportunidade, quando Figueroa bateu de primeira, de dentro da área, fazendo tremer os cerca de 200 gremistas na arquibancada. Outra vez, Grohe mostrou-se soberano. Um símbolo do próprio Grêmio, que, embora alguns sustos, mostrou-se segura no primeiro tempo.
Duro golpe aos 33 minutos
E, quando nem Grohe salva, surge a trave para reparar erro de Wendell, que, aos dois minutos da etapa final, errou domínio de bola e entregou-a a Bernardi. O verdadeiro milagre do camisa 1 viria aos 11. Após cobrança de falta da direita, o centroavante Ponce, de apenas 16 anos, teve a certeza que acertaria a rede. Só que o arqueiro gremista desviou com a ponta dos dedos.
Do outro lado, Guzmán também mostrava o motivo pelo qual havia sido eleito na Arena como o melhor da partida. Espalmou perigosos arremates de Ramiro e Riveros, em sequência. Só que o Newell’s não desanimava e cozinhava a defesa gremista. Trezeguet e Orzán haviam substituído Ponce e Banega, respectivamente, para melhorar o ímpeto ofensivo.
Rhodolfo, o herói
Deu certo. Após confusão dentro da grande área, em que defesa tricolor não conseguiu afastar, a bola sobrou limpa para Maxi, o melhor da equipe argentina, bater da zona da penalidade. A bola passou por baixo de Grohe. Gol do camisa 11, que se lançou no gramado como se fosse um título - significava a liderança no grupo da morte. Restou ao Grêmio correr atrás.
Enderson passou para a alteração emergencial. Sacou Edinho para o ingresso de Alan Ruiz. Depois, Everaldo substituiu Pará. A torcida da Lepra pulava, subia nas grades, vibrava. Até que Barcos, num último suspiro, fez cruzamento certeiro para Rhodolfo completar para a rede e deixar tudo igual. Com isso, o Tricolor depende apenas de si para avançar à próxima fase.
Texto retirado do site GloboEsporte.com
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